Hoje completo 10 anos de muita saudade, dez anos que me
despedi do meu pai. Já devia saber que hoje precisaria escrever sobre ele, sim,
é uma necessidade. Alivia o peito e
compartilho um pouco do tanto que aprendi com ele e com esta despedida.
Na época cheguei a escrever um e-mail para meus amigos, não apenas dando a notícia, mas clamando que aproveitem cada minuto ao lado das pessoas que amam. Meu pai faleceu de uma hora para outra, nada de despedidas formais, nada que nos avisasse que algo poderia acontecer. Na verdade a notícia era “amanhã, após o cateterismo, ele retorna para casa”.
Na época cheguei a escrever um e-mail para meus amigos, não apenas dando a notícia, mas clamando que aproveitem cada minuto ao lado das pessoas que amam. Meu pai faleceu de uma hora para outra, nada de despedidas formais, nada que nos avisasse que algo poderia acontecer. Na verdade a notícia era “amanhã, após o cateterismo, ele retorna para casa”.
Eu, que sempre fui um grude, ou abençoada por escutar um
pouco mais o coração/intuição, dei grande importância para breve visita permitida
na UTI naquela noite. Minha mãe já saia de casa quando cheguei do escritório.
Peguei um casaco correndo e fui com ela.
Nos cinco minutos que tive com ele conversamos brevemente e ele disse “Eu sinto muito orgulho de você”. Eu, que sempre fui muito tímida para expressar meus sentimentos, soltei quase sussurrando “eu também. Te amo.”. Neste momento meu pai pediu que eu me retirasse dizendo “Te amo. Estou me emocionando e não posso, preciso falar com sua mãe”. Se ele previa algo, não sei. Só sei que foram nossas últimas palavras.
Nos cinco minutos que tive com ele conversamos brevemente e ele disse “Eu sinto muito orgulho de você”. Eu, que sempre fui muito tímida para expressar meus sentimentos, soltei quase sussurrando “eu também. Te amo.”. Neste momento meu pai pediu que eu me retirasse dizendo “Te amo. Estou me emocionando e não posso, preciso falar com sua mãe”. Se ele previa algo, não sei. Só sei que foram nossas últimas palavras.
Agradeço sempre por ter soltado aquelas palavras, mesmo que
num sussurro meio engasgado. Hoje me preocupo sempre em vencer esta timidez e
dizer te amo e ser mais carinhosa com minha família e as pessoas que tanto amo.
Gestos são bons, mas a declaração e o carinho são vitais.
Brigas? Certamente acontecem, mas não quero perder tempo com
elas. Sei que sempre irei conversar e me acertar com as pessoas que amo, mas
não quero perder nem um minuto. Sinto uma urgência em viver bem, em ser feliz e
amar. Ter razão raramente é importante.
Hoje clamo novamente: - Amem! Declarem seu amor! O tempo é
precioso.
3 comentários:
Que lindo isso Ana, não me canso de dizer as pessoas que eu amo o quanto eu amo!
Emocionante!
Lindo Ana! O cotidiano muitas vezes faz com que esqueçamos de expressar nosso amor aos nossos né? Eu tb me sinto assim. Obrigada pelo post. Obrigada pelas palavras. Vou sempre tentar lembrar disso.
bjs
O cotidiano as vezes nos faz esquecer de expressar nossos sentimentos tb, Ana. Eu sempre sinto isso. Vou procurar me policiar mais. Obrigada por este post!
bjs
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