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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

De repente dia 15 de dezembro passou a ser importante!

Dia 15 antes era apenas a véspera das minhas bodas... um dia comum, na maioria das vezes um dia corrido pela proximidade com as festas e encerramento de ano. Agora tudo mudou! Dia 15 será um dia sempre para se comemorar!

Curiosa? Leia o texto abaixo escrito pelo meu irmão!


Tchi-Tchlim

O dia seria muito corrido. O despertador tocou às 7h. Tinha que terminar uma minuta de contrato de compra e venda antes da consulta à obstetra. A expectativa era enorme. As tarefas do dia preocupavam muito. Sabia que tudo deveria ser calculado, caso contrário o tempo seria muito curto para todos os compromissos da agenda. A última consulta do pré-natal atrasara mais de uma hora para iniciar o que só aumentava a minha agonia. Afinal, eu tinha mil processos para analisar, MBA de 18h às 22h e mais coisas para fazer quando estivesse em casa.

Seguiu o exame com a presença da minha bolota (apelido carinhosamente dado à barriga da mamãe), da irmãzinha e da vovó. Um pequeno parêntese para frisar que a referência é o nascituro Pedro e que minhas avós infelizmente já são falecidas há anos.

Sabia que poderia sair dali direto para o hospital, mas realmente esperava que meu filho fosse nascer entre o natal e o réveillon. Acho que não sou o único com pressa. Será que ele odeia tanto quanto o pai ficar esperando?

Quinta-feira, 15 de dezembro de 2011. Hoje, três dias antes, descobri o dia que comemorarei o aniversário de meu filho para o resto de nossas vidas. Se nós quatro estávamos emocionados na sala de consulta foi a minha lágrima que abriu a porteira (ou cachoeira) para que todos chorassem de emoção. A mais contida foi a irmã Clarinha que se desdobrava para dar carinho e consolar os três chorões ao mesmo tempo.

Aquela notícia acabou com a correria. Não que fosse deixar de cumprir os compromissos, mas a rotação do mundo diminuiu, ou até mesmo parou por algum tempo. No caminho até o metrô um açaí substituíra o almoço. Não era possível engolir algo mais consistente do que isso com o enorme nó de emoção que tinha em minha garganta. Pela primeira vez optei pelos passos curtos e calmos ao invés da esteira rolante do metrô da General Osório. A esperança era que cada colherada trouxesse um pouco mais de serenidade diante da grandiosidade da notícia que eu tinha acabado de receber.

Os óculos escuros serviram para esconder parcialmente a choro de um homem de 34 anos, no meio do dia, em plena Ipanema. Considerando que estava em plena Farme de Amoedo com toda a sua fama, certamente alguém pensou que eu devo ter tomado um fora de algum “namorado”. Que pensem o que quiserem! Não importa. O dia e a hora estavam marcados. Pedro chegaria em breve.

Sabia que seria pai desde que um risquinho azul apareceu em um exame de farmácia realizado no banheiro do Via Parque, antes do show do Kid Abelha. A mulher sente muito mais a maternidade do que o homem, afinal está tudo literalmente dentro dela. Mas a minha ficha definitiva demorou um pouco mais para cair. Nada substituiria aquela avalanche de sentimentos com uma simples frase: “Será no dia 15”.  

Adolfo

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